O que é memória? Onde ela fica guardada? O que faz com que ela entre em nós e não vá embora?
Essas foram algumas das perguntas que a escola Ateliê Carambola fez aos seus pequenos alunos da Educação Infantil para provocar sua curiosidade e criatividade.
Essa proposta foi documentada e apresentada na VI Jornada de Educação Infantil, realizada em 3 de outubro pelo Observatório da Cultura Infantil (OBECI), em parceria com a Pós Educação Unisinos.
O evento discutiu o papel da criatividade, da arte e das boas perguntas na educação, reunindo educadores de renome nacional e internacional.
A curadoria e mediação foi do pesquisador e formador do Instituto para Inovação em Educação da Unisinos, Paulo Fochi, com o apoio da jornalista Débora Bresciani.
Uma delas foi a escola Ateliê Carambola.
Neste artigo, apresentaremos as práticas pedagógicas inovadoras do Ateliê Carambola e o que elas trazem de novo para pensar a Educação Infantil.
Aqui você vai ver:
O conceito de memória pelos olhos das crianças
A materialização do pensamento infantil
Os ensinamentos do Ateliê Carambola
Conheça os cursos da Pós Educação Unisinos
Sobre a VI Jornada de Educação Infantil
Ao longo de 2022, os educadores do Ateliê Carambola realizaram um projeto especial com os alunos da Educação Infantil. Tudo começou com uma simples pergunta: o que é memória?
A partir desse questionamento, as crianças foram instigadas a investigar suas noções de memória, trazendo suas interpretações do conceito.
Para isso, foram realizadas séries de conversas, sempre baseadas na escuta atenta dos educadores e na criança em uma posição de protagonismo.
Durante esse diálogos, as crianças descreveram sensações, emoções e sentimentos que envolviam sua noção de memória.
Além disso, elas também traçaram suas teorias sobre como as memórias se formam e como chegam até nós. Confira algumas delas:
“Sem a memória nós não existimos. Então, conseguir enxergar conceitos em crianças tão pequenas e, partir desses conceitos, extrair temáticas que ampliem não só a forma de pensar da criança, mas do adulto em diálogo, é muito importante para nós. Eu diria que é a nossa grande missão enquanto uma escola que pensa a criança e as infâncias”, explicou Josiane Pareja, diretora do Ateliê Carambola.
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Após as conversas em torno do conceito de memória, as crianças foram convidadas a usar a linguagem gráfica para explicar suas teorias.
No documentário, é possível ver uma criança descrevendo a memória como um ninho no cérebro, outra apresenta um lugar dentro do cérebro em que as memórias se encontram e ainda tem aqueles que retrataram suas memórias favoritas com familiares e amigos.
Assim, ao longo do tempo, muitos desenhos e representações da memória foram surgindo, demonstrando a diversidade das lembranças e interpretações das crianças.
Nesse meio tempo, as crianças também puderam trazer fotos da família ou de alguém especial para compartilhar com o grupo.
Além das fotos, foi proposto que as crianças também trouxessem algo que tivesse valor sentimental para elas, como um brinquedo ou algum outro objeto.
A partir disso, foi criado dentro do Ateliê Carambola um espaço da memória, onde as crianças podiam compartilhar as suas lembranças e suas teorias em torno do conceito.
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A importância do papel da escuta por parte do adulto e do estímulo à curiosidade, à investigação e à criatividade no cotidiano pedagógico são certamente os principais pontos.
“A gente compartilha, a gente escuta as crianças. Essas teorias moles vão ganhando camadas, junto conosco, com os adultos interessados em escutá-las. E nós vamos ampliando as possibilidades de entendimento entre as crianças”, explicou Josiane Pareja, diretora do Ateliê Carambola.
O projeto também reforça a necessidade de trazer novas propostas e oportunidades educativas para o dia a dia pedagógico, pensando principalmente em dar um lugar de protagonismo às crianças na construção do conhecimento.
“Essa voz das crianças e educadores andando de mãos dadas, em um co-protagonismo, mostra tanto uma reconceitualização do modo como as crianças participam da construção do conhecimento quanto do modo que o adulto vai fazendo a gestão disso, como ele vai conduzindo as jornadas de aprendizagem com as crianças. É uma grande inspiração”, destacou Paulo Fochi, curador e mediador do evento.
Confira abaixo o documentário completo:
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Aprenda com grandes mestres a transformar a educação! Paulo Fochi faz parte do corpo docente do curso Docência inovadora: educação para o século XXI.
Realizada em 3 de outubro de 2022, a VI Jornada de Educação Infantil reuniu educadores de prestígio nacional e internacional para debater sobre a importância da criatividade, da arte e das boas perguntas na educação.
O evento foi realizado em parceria entre o Observatório da Cultura Infantil (OBECI) e a Pós Educação Unisinos, com curadoria do Profº Drº Paulo Fochi.