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O que esperar da educação do futuro? Conheça os possíveis cenários

A OCDE propôs 4 cenários possíveis para a educação do futuro. Descubra o que pode mudar até 2040 para escolas, estudantes e professores.

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Tempo de leitura: 6 min
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A pandemia de Covid-19 fez com que revisássemos a forma como educamos as novas gerações. Mas as mudanças vieram para ficar? Um relatório da OCDE nos ajuda a visualizar como será a educação do futuro. 

Escolas fechadas. Migração para o online. Retomada dos encontros presenciais seguindo os protocolos de segurança. 

Estudantes e professores do Brasil e do mundo seguiram esta trilha durante a pandemia de Covid-19. O período de crise sanitária acelerou a adoção de novas tecnologias e metodologias ativas de ensino, trazendo para o presente o que parecia fazer parte de uma educação do futuro.

Todas estas mudanças vieram para ficar? E o que será de crianças e adolescentes caso uma nova pandemia aconteça nas próximas décadas? 

Prever o futuro com precisão é difícil, mas é possível se preparar para ele. Por isso a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disponibilizou o relatório “Back to the future of education: Four OECD Scenarios for Schooling”, com possíveis cenários para a educação até 2040.

Com o documento, a OCDE propõe oferecer uma ferramenta para o planejamento estratégico da educação a longo prazo, considerando a transformação digital e cultural pela qual passa a sociedade. 

Aqui você vai encontrar os 4 cenários possíveis para a educação do futuro propostos pela OCDE, além do que se espera do professor em um mundo em constante transformação. 

Você vai ver: 

  1. Como vai ser a educação no futuro 
    1.1 Escolarização alargada (schooling extended) 
    1.2 Educação terceirizada (education outsourced) 
    1.3 Escolas como centros de aprendizagem (schools as learning hubs) 
    1.4 Aprender de acordo com as necessidades (learn-as-you-go) 
  2. O professor vai continuar a ter papel fundamental. Mas ele precisa estar preparado

 

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Como vai ser a educação do futuro

Antes da pandemia, já se discutia no meio educacional que o modelo convencional da educação, com aulas expositivas e educandos passivos, não atendia mais as demandas de uma sociedade cada vez mais conectada. 

O relatório da OCDE sobre a educação do futuro considera a transformação digital, a obsolescência de certas profissões, a demanda por novas habilidades e a mudança de valores na construção dos cenários. 

É a partir da inovação que a educação vai continuar a cumprir sua missão de contribuir para o desenvolvimento de cidadãos e profissionais. No entanto, a entidade alerta que criar hipóteses e se preparar para o futuro não significa que todos os problemas irão desaparecer.

É preciso considerar as diferenças socioeconômicas e culturais entre países, cidades e localidades. Também é importante compreender a importância da escola como espaço agregador de determinadas comunidades. 

No processo de adaptação a estes possíveis cenários, questionamentos vão surgir entre educadores e formuladores de políticas públicas, como:

  • O que pode ser melhorado e o que precisa ser completamente mudado?
  • Os objetivos estão alinhados às estruturas que temos? 
  • Como conciliar objetivos globais com as demandas locais da comunidade escolar?
  • O sistema que estamos tentando implementar tem espaço para os erros que surgem sempre que tentamos algo novo?
  • Como conciliar expectativas com a realidade do dia a dia das escolas?
  • Qual é o ponto de equilíbrio entre ambientes digitais e aulas presenciais?
  • Como avaliar a diferença entre ser ensinado e aprender de fato

Feitas estas considerações, é hora de conhecer os 4 cenários para a educação do futuro propostos pela OCDE.

1. Escolarização alargada (schooling extended)

Principais características: 
  • Escolas continuam a ser espaços de qualificação e credenciamento;
  • Currículo global e sistemas digitais de aprendizagem compartilhados entre países;
  • Foco no desenvolvimento de habilidades, valores e atitudes;
  • Ensino híbrido.

Este cenário é o menos ousado, sem trazer grandes mudanças para a educação do futuro. 

A educação formal manteria seu papel fundamental na sociedade, em especial nos primeiros anos de vida do indivíduo, pois ela continuaria a possibilitar mobilidade social e melhora na qualidade de vida. 

As escolas ainda seriam espaços de socialização, qualificação, cuidado e credenciamento. O currículo continuaria a ser o centro das atenções, porém com uma perspectiva mais global. Países dividiriam o mesmo currículo e metodologias, com foco na uniformidade e em atender os padrões de testes internacionais. 

Uma mudança significativa seria a possibilidade de os estudantes escolherem o conteúdo do seu aprendizado, de acordo com suas afinidades e competências – proposta semelhante à do Novo Ensino Médio no Brasil. O desenvolvimento de habilidades, valores e atitudes seria mais proeminente nos currículos.

Ainda, a educação do futuro contaria com a colaboração público-privada internacional de sistemas digitais de aprendizagem. Estes seriam abastecidos com dados e recursos de diferentes países, compartilhando o conhecimento além das fronteiras. 

Autoridades governamentais continuariam a tomar decisões relacionadas à educação, porém o setor privado ganharia uma importância ainda maior nos sistemas nacionais de ensino. 

Por fim, a relação entre professor e estudante não passaria por grandes alterações. A sala ainda teria papel central no processo de ensino e aprendizagem, mas a divisão rígida entre disciplinas e horários de aula seria abandonada. 

O professor e a equipe de apoio pedagógico se concentrariam em dar suporte às necessidades emocionais do estudante, além de estimulá-lo a encontrar motivação para aprender.  

O modelo de ensino vigente seria o híbrido, que explicamos com mais detalhes neste artigo.

2. Educação terceirizada (education outsourced)

Principais características:
  • Iniciativa privada e comunidade ofereceriam uma alternativa às escolas tradicionais;
  • Maior experimentação de modalidades;
  • Maior personalização do ensino;
  • Privatização do ensino.

A educação fornecida pela iniciativa privada e pela ação comunitária seria uma alternativa às escolas convencionais. A sociedade se envolveria de forma mais ativa na formação dos cidadãos, o que se manifestaria na maior pressão dos pais sobre o poder público para oferecer um ensino de qualidade. 

A experimentação seria a regra na educação do futuro. Pais, professores, estudantes, entidades públicas e privadas testariam diferentes modelos como home-schooling, tutoria, ensino remoto e ensino comunitário. 

A estrutura escolar também passaria por experimentações. Séries e estágios educacionais seriam mais flexíveis, dando maior liberdade aos estudantes para se desenvolverem no seu ritmo. O aprendizado formal continuaria, mas combinado a soluções digitais que personalizam a experiência de cada discente. 

Neste cenário, o principal provedor da educação seria a iniciativa privada. Haveria diferentes fornecedores de soluções educacionais, que estariam à disposição dos pais para escolher a que consideram a mais adequada aos filhos. Ao poder público caberia a fiscalização e a definição de padrões de qualidade que respeitem os direitos das crianças. Ou seja, haveria uma maior privatização do ensino.

3. Escolas como centros de aprendizagem (schools as learning hubs)

Principais características:
  • Escolas mais diversas e inovadoras;
  • Currículos e metodologias mais flexíveis;
  • Vínculos mais fortes com a comunidade;
  • Currículo e avaliação definidos por cada escola.

As escolas manteriam a maioria das funções que exercem hoje, porém mais abertas à diversidade e à experimentação. Elas manteriam uma forte conexão com a comunidade, formando indivíduos capazes de transformar a realidade local. 

Neste sentido, os sistemas educacionais não se baseariam tanto na uniformidade. Cada escola teria os próprios critérios de avaliação, de acordo com a comunidade em que estão inseridas. O poder público auxiliaria no investimento e suporte tecnológico em comunidades que não contassem com a infraestrutura adequada. 

Em relação ao currículo e à metodologia, as escolas neste cenário ofereceriam aos estudantes trilhas personalizadas de aprendizagem, construídas a partir de trabalho colaborativo, autoavaliação e ensino por pares. Não existiria mais a divisão por séries nem a avaliação baseada em notas, o que tornaria os limites entre ensino formal e informal menos explícitos. 

As atividades do dia a dia seriam planejadas a partir de uma perspectiva mais ampla, global, que ao mesmo tempo vislumbre a realidade da comunidade. O ensino híbrido também faria parte da vida escolar dos estudantes. 

Dessa forma, a escola neste cenário da educação do futuro funcionaria como um ecossistema dinâmico, que mapearia as oportunidades de aprendizagem em uma rede interconectada de espaços educacionais.

4. Aprender de acordo com as necessidades (learn-as-you-go)

Principais características:
  • Aprendizado acontece em todo lugar, a qualquer momento, graças à IA;
  • Assistentes pessoais formulariam soluções educacionais personalizadas para cada pessoa;
  • Lifelong learning;
  • Ensino é promovido por humanos e máquinas.

O último cenário proposto pela OCDE é o mais ousado dos 4 e pode parecer uma história de ficção científica. 

A divisão entre ensino formal e informal não existiria mais na educação do futuro. O aprendizado aconteceria em todo lugar, a qualquer momento, graças aos avanços da inteligência artificial (IA), realidade aumentada e Internet das Coisas (IoT). 

Oportunidades de aprendizagem estariam disponíveis de graça, o que levaria ao declínio das estruturas curriculares e do sistema escolar convencional. Toda fonte de conhecimento seria legítima, eliminando assim o papel intermediário de terceiros na certificação do conhecimento e habilidades. 

Os assistentes pessoas baseados em IA proporiam soluções educacionais de acordo com as necessidades e curiosidade individuais. Eles também ajudariam a identificar lacunas de conhecimento, encorajariam a criatividade e a autoexpressão, além de conectar educandos de diferentes comunidades. 

O lifelong learning, ou o aprendizado por toda a vida, seria a regra. Não haveria um nível final do percurso educacional, como hoje é vista uma graduação ou pós-graduação. 

As escolas continuariam a existir, porém funcionariam mais como comunidades de aprendizagem, seja digital ou presencial. Não haveria mais horários fixos nem cumprimento de requisitos obrigatórios. 

Neste cenário do futuro da educação, aulas e outras formas de tutoria seriam desempenhadas tanto por humanos quanto por máquinas. 

O professor vai continuar a ter papel fundamental. Mas ele precisa estar preparado

Depois de ler cada um dos 4 cenários que a OCDE propôs para a educação do futuro, você deve estar se perguntando: e o professor? Qual papel ele vai desempenhar? 

Mesmo nas hipóteses em que há a combinação entre ensino formal e informal, o professor continua a desempenhar uma função fundamental de intermediador do conhecimento.  

Depois de apresentar os cenários, o relatório da OCDE tem uma seção inteira dedicada aos profissionais da educação e como eles podem se adaptar aos desafios de formar cidadãos do século 21. 

Podemos resumir as ideias do documento em 3 palavras: formação, colaboração e experiência. 

Independentemente dos cenários se concretizarem ou não, garantir uma formação de qualidade aos educadores é essencial para que eles possam atender as demandas da sociedade. Ela não deve se restringir à graduação, mas deve continuar ao longo da vida docente. 

No entanto, a formação não deve acontecer da forma convencional, a partir da transmissão linear de conhecimento. O futuro da educação demanda professores que dialoguem e troquem experiências entre si, que trabalhem lado a lado de institutos de pesquisa. Ainda, eles devem ser inseridos em um ecossistema de inovação que os permita conhecer novos métodos que possam ser incorporados no dia a dia em sala de aula. 

Por fim, é a partir da experiência no ensino que os professores conseguirão diagnosticar situações e identificar lacunas de aprendizagem. Com o tempo, eles devem também ser capazes de escolher a solução mais adequada. Por exemplo, para determinada turma, é mais efetivo apostar nas metodologias ativas ou no storytelling? Será que uma aula gamificada funcionaria?

Conhecer as perspectivas apresentadas pela OCDE é uma maneira de se preparar para a educação do futuro. Outra é apostar no lifelong learning para se manter atualizado, por meio de cursos de pós-graduação, leituras de livros e artigos e participação em eventos. 

É com o conhecimento que você vai conseguir ser um dos protagonistas da transformação em curso. Vamos juntos? 

Se você quiser se aprofundar ainda mais sobre o assunto, confira os artigos sobre inovação do Blog da Pós Educação Unisinos.

Sobre o autor

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tem mais de dez anos de experiência em produção de conteúdo.

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