Você já ouviu falar em planejamento reverso? É uma estratégia pouco falada, mas muito usada e conceituada entre os profissionais.
A metodologia do planejamento reverso é fundamental ao pensarmos no processo de ensino e aprendizagem que tem, como elemento norteador, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Profissionais que desejam implementar essa metodologia precisam se desenvolver para conseguir planejar uma atividade independentemente do livro didático, e que o planejamento reverso mobilize habilidades e competências ao mesmo tempo.
Para isso, certos pontos são destacados para que educadores consigam praticar com os estudantes.
Também chamado de "backward design", o planejamento reverso é uma proposta de ensino orientada à experiência do estudante e suas necessidades. Por isso a ideia de "começar pelo fim": o professor deve pensar no que o discente deve ter compreendido ao final da experiência da aprendizagem e, a partir deste ponto, elaborar o planejamento da ação pedagógica.
Apesar de ser meio óbvia essa colocação, a realidade é diferente. É muito mais comum que a construção do conteúdo seja muito mais voltada às preferências do professor — ou seja, dando muito mais importância ao que o educador sabe — do que ao interesse do próprio aluno e àquilo que ele realmente precisa.
No planejamento reverso, as definições dos conteúdos a serem ensinados passam pela associação aos propósitos de cada um dos estudantes, além das competências de desenvolvimento para a vida.
Assim, a turma consegue identificar maior valor naqueles conteúdos a serem estudados, e não só aceitar que precisam seguir um determinado protocolo. Isso contribui com o engajamento e, consequentemente, com o melhor desempenho geral.
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O planejamento reverso e o padrão se diferem no sujeito que está no centro do processo de ensino e aprendizagem. Na padrão, o ensino é centrado no professor, e no reverso, é no estudante.
O docente deve considerar o que é importante para o educando, assim como os conhecimentos prévios dele. Além do próprio conteúdo, a realização de feedbacks é essencial para essa evolução.
Essa relação de troca constante permitirá adaptações pelo caminho e demonstrará uma importante relação de transparência entre professor e estudante ao longo da jornada de aprendizagem.
Também é uma forma de inovar na sua prática pedagógica.
O planejamento reverso passa por três etapas para chegar a um resultado efetivo entre professores e estudantes.
Estabeleça o objetivo da aula, e diga aos estudantes como funcionará a prática. É crucial saber justificar por que esses conhecimentos são importantes para o desenvolvimento.
Nesta etapa do planejamento reverso, você deve pensar nos conceitos, princípios, teorias e processos centrais que vão ajudar a turma a chegar aos resultados esperados.
Não se esqueça de definir quais são as perguntas essenciais que podem instigar a curiosidade dos alunos, e transformar o conteúdo a ser compreendido em questão a ser trabalhado.
Descreva critérios para avaliar as evidências de aprendizagem dos estudantes. Também é importante explorar as oportunidades que eles terão para repensar e revisar o conhecimento que estão construindo.
Durante esta etapa, é necessário ter em mente as seis facetas da compreensão, entendendo que os alunos revelam suas aprendizagens de maneira mais eficaz quando podem explicar, interpretar, aplicar, mudar a perspectiva, ter empatia e fazer uma autoavaliação.
Defina como organizar as aprendizagens de forma que atenda aos objetivos propostos, ajude os estudantes a investigar e construa sentido, e permita efetividade nas avaliações. Lembre-se de que você pode utilizar sequências didáticas, jogos, desafios, tarefas e projetos com diferentes abordagens e metodologias.
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Dentre as principais vantagens do planejamento reverso, está a efetiva confirmação sobre a compreensão dos conteúdos. Por meio das etapas desta metodologia, os professores conseguem mensurar o nível de aprendizado dos estudantes.
A mudança da percepção do aprendizado como algo superficial também entra como um importante benefício da implementação do planejamento reverso. Assim, a ideia é que todos os objetivos da aprendizagem fiquem claros para a turma ao longo de todo o processo.
Para colocar o planejamento reverso em prática, é preciso ter em mente que o ponto de partida será o objetivo final de um determinado processo de aprendizagem.
Como?
Um exemplo de um artigo do Centro de Referências em Educação Integral ilustra bem a questão. Quando o professor de biologia for ensinar sobre nutrição e dieta balanceada, ele deve se perguntar antes de fazer o planejamento reverso:
A pergunta mais óbvia seria “como fazer para ter uma dieta equilibrada?”, não é mesmo?
Esse tipo de pergunta auxilia na criação de um processo de aprendizado que não é linear, pois não parte de uma única questão em busca de uma resposta final. Ele também estimula os estudantes a formularem hipóteses e, assim, aprenderem de uma forma mais profunda.
Outro ponto importante para aplicar o planejamento reverso em sala é realizar avaliações ao longo do processo de aprendizagem e não apenas no final. Elas permitem identificar dificuldades e alterar o plano de aula para resolvê-las, assim evitando quadros de reprovação.
Se você ainda está conhecendo essa nova proposta de ensino, uma dica é aplicá-la em uma única aula ou atividade para entender como ela funciona. Depois, você pode usá-la em situações de ensino mais complexas.
Pois é, mudar a forma como sempre trabalhamos pode ser desafiador. Colocar o planejamento reverso em prática envolve se aprimorar como educador, desenvolvendo novas habilidades e estudando novas metodologias.
O melhor caminho para isso são cursos livres e especializações, que trazem informações atualizadas e baseadas em evidências sobre metodologias de ensino. Existem cursos de pós-graduação em educação totalmente dedicados a metodologias de ensino e que podem ser feitos na modalidade EAD, com aulas 100% online.
