Como ensinar a geração Alpha, as crianças nascidas depois de 2010

Postado em 5 de dez de 2023
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A Geração Alpha compreende crianças e adolescentes nascidos depois de 2010 e se caracteriza por indivíduos hiperconectados, versáteis e questionadores. 

As gerações são uma definição sociológica que busca compreender as características em comum entre um grupo de pessoas e como essas características se deram. 

Os Baby Boomers, por exemplo, são uma geração que surgiu a partir da explosão de nascimentos pós segunda guerra mundial e sintetiza o pensamento progressista da época. os millennials são a primeira geração a crescer com as transformações trazidas pela internet, e que acabaram condensando a incerteza de crises econômicas. 

Hoje, o mercado de trabalho está começando a ser dominado pela Geração Z, os nascidos entre 1995 e 2009, que são caracterizados por serem nativos digitais e engajados politicamente. 

E embora todas essas gerações tenham traços marcantes e interessantes, o assunto do artigo de hoje é a Geração Alpha. Formada por crianças e adolescentes, essa geração está crescendo rodeada pela tecnologia, sem conseguir distinguir o online do offline e prometendo trazer uma visão de mundo totalmente nova. 

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O que é geração Alpha? 

Segundo as definições sociológicas de geração, a Geração Alpha compreende indivíduos nascidos depois do ano de 2010. É ela quem segue a Geração Z. 

Hoje, pessoas nascidas dentro desse grupo são crianças e adolescentes e o principal diferencial deles em relação às outras gerações é sua maneira de ver o mundo e sua relação com a tecnologia. 

A Geração Alpha está hiperconectada, pois cresceu em um ambiente rodeado de tecnologia. Isso faz com que essas crianças e adolescentes desenvolvam habilidades de maneira acelerada e que não consigam ver diferença entre o online e o offline. 

Para a Geração Alpha, os dispositivos de acesso à internet não são apenas ferramentas, eles são parte de suas vidas e uma das principais maneiras de interagir com o mundo. 

Nascidos principalmente dos millennials, algo interessante é que essa geração é mais apegada aos pais e vê neles seus ídolos. Isso porque os pais dessa geração estão, de maneira geral, mais presentes no dia a dia da criança e participando muito mais de brincadeiras e jogos com eles. 

Outro ponto que pode contribuir para essa conexão entre pais e filhos é o fato de que a Geração Alpha nasceu de pais mais velhos, já que a média de idade de um casal ao ter seu primeiro filho aumentou bastante nos últimos anos. 

Algo a se notar também é a visão de mundo que a Geração Alpha tem. Foi entendido que, para essas crianças e adolescentes, não existe barreira entre pessoas porque o diferente é visto por eles como a norma. 

Assim como o papel dos estereótipos de gênero é cada vez mais deixado de lado. Para os Alphas, não existe “coisas de menino” e “coisas de menina”. Tudo é para todos. Segundo estimativas, até 2025 essa geração terá um total de 2 bilhões de pessoas. 

O que vem depois da Geração Alpha? 

Não existe um consenso sobre a existência de uma geração após a Alpha, porém já existem profissionais falando sobre uma possível Geração C. 

Segundo esse grupo, a Geração C abrigaria as crianças nascidas a partir de 2016. O principal acontecimento que moldaria essa geração seria a pandemia de Covid-19 e todas as modificações sociais, de trabalho e nas relações familiares que ela trouxe. 

Porém, talvez o mais acertado seja ver a pandemia de Coronavírus como mais um dos acontecimentos que moldaram a Geração Alpha, assim como foi o bug do milênio para os millennials e a queda do muro de Berlim para a Geração X. 

 

As principais características da geração Alpha 

Confira abaixo uma listagem com as principais características que marcam a Geração Alpha: 

  • São as crianças e adolescentes nascidos a partir de 2010; 
  • Majoritariamente nascidos de pais millennials mais velhos; 
  • Têm uma unidade familiar menor, normalmente sendo filhos únicos; 
  • Cresceram rodeados de tecnologia e bastante conectados; 
  • Recebem mais estímulos, então são considerados mais inteligentes; 
  • Desenvolvem habilidades de maneira mais acelerada por causa da tecnologia; 
  • São mestres em fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e conectar diferentes assuntos; 
  • Têm pouca paciência e custam mais a se concentrar; 
  • São mais versáteis, livres e questionadores do que as gerações anteriores; 
  • Valorizam mais a experiência do que os objetos e dispositivos; 
  • Gostam de inventar, interagir e conectar; 
  • Não enxergam barreiras entre as pessoas e não se apegam a estereótipos de gênero; 
  • Têm uma relação mais próxima com os pais, sendo eles seus ídolos. 

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O que levar em consideração ao montar um plano de aula para a Geração Alpha 

Agora que já entendemos quem é a Geração Alpha e o que os fazem ser como são, vamos tentar entender como essas crianças e adolescentes enxergam o processo de aprendizagem. 

A Geração Alpha já tem todas as respostas 

Algo a se levar em consideração na hora de montar um plano de aula ou propor uma atividade é que essa geração já tem todas as respostas na ponta dos dedos por causa dos seus celulares. 

Quando surge alguma dúvida, é mais provável que essas crianças busquem a resposta no Google (ou perguntem para a Siri ou Alexa) do que ir até um professor. 

Por isso, pode ser que provas que peçam conceitos ou atividades de perguntas e respostas muito fechadas sejam vistas como enfadonhas por eles. 

Essa característica pode ser vista de maneira negativa por muitos professores, especialmente de gerações anteriores, porque pode dar a impressão de que o aluno está usando o smartphone como um cérebro auxiliar, porém, esse comportamento traz oportunidades de ir além com o conteúdo. 

A verdade é que estamos vivendo uma era em que toda a informação está disponível para ser buscada na internet. 

E o papel do professor será cada vez de guiar, ajudar o aluno a entender qual é a melhor maneira de buscar essa informação e como filtrar o que é enriquecedor e o que pode atrapalhar. Por isso, prefira atividades que vão além da memorização de conceitos, traga mais experimentos e oportunidades de invenção para a sala de aula. 

A Geração Alpha aprende fazendo 

Como cresceu tendo acesso a todas as informações que precisa, a Geração Alpha tem muito mais interesse pela experimentação do que pela teoria. Eles gostam de aprender fazendo, gostam de criar e inventar, gostam de interagir. 

E essa abordagem pode ser uma aliada em sala de aula, especialmente porque esse grupo de crianças e adolescentes precisará ser muito mais inventivo e crítico quando sair da escola. 

Estima-se que metade dos trabalhos que conhecemos hoje terão desaparecido em 2035 por conta da tecnologia e do uso da inteligência artificial para fazer tarefas repetitivas. Isso significa que a Geração Alpha precisará crescer sendo desafiada a sempre pensar fora da caixa. Assim, ela se tornará o diferencial humano no mercado de trabalho. 

E desenvolver esse diferencial humano também passa por atividades que estimulem a criatividade, trabalho em grupo e resolução de problemas. Enquanto professor, você pode ter um papel essencial nisso propondo atividades que desafiem a Geração Alpha a colocar a mão na massa e a ir além. 

A Geração Alpha vai desacelerar o mundo 

Outro ponto importante a se ter em mente é que a Geração Alpha não será um grupo workaholic ou que se define enquanto sua profissão, assim como a Geração X ou os Millennials. 

Pelo contrário, já foi observado que a saúde mental e o bem-estar é uma prioridade para essas crianças e adolescentes. E essa priorização traz uma desaceleração. Isso significa que o jeito “slow” de fazer as coisas será cada vez mais comum. 

Por isso, é importante que seu plano de aulas passe por atividades que envolvam mindfullness, consumo sustentável e atividades que gerem autenticidade e conexão. 

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Aposte na neurociência para transformar a experiência da Geração Alpha em sala de aula 

Como você percebeu, a Geração Alpha é um grupo que está desafiando a abordagem da educação. Em sala de aula, é preciso ser muito mais experimental e aberto às tecnologias. 

Além disso, a maneira com que essas crianças e adolescentes veem o mundo desafia também a maneira com que o professor expõe um conteúdo ou escolhe seus suportes. Por isso, algo que pode ajudar é utilizar a neurociência como aliada. 

Existem cursos de especialização em educação pensados exatamente para auxiliar o professor a entender como utilizar metodologias ativas e fundamentos neurocognitivos para potencializar o aprendizado de seus alunos.

Esses cursos podem ser feitos na modalidade EAD, com aulas 100% online e reconhecimento do MEC. 

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Mariana Bortoletti

Por Mariana Bortoletti

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Mercadóloga, jornalista e especialista em escrita criativa.