Educação 5.0: tecnologia e humanização em prol dos estudantes

Postado em 31 de out de 2023
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Nos últimos anos, a tecnologia revolucionou a maneira como vivemos, nos comunicamos, ensinamos e aprendemos.

Como um dos pilares da sociedade, a escola necessita acompanhar essa evolução tecnológica, garantindo que crianças e adolescentes saibam agir como cidadãos conscientes em um mundo conectado.

Essas mudanças levaram ao nascimento do conceito de educação 5.0, um movimento que busca desenvolver nos estudantes novas habilidades que facilitem a inserção no mercado de trabalho, além de estimular a contribuição ativa com a comunidade na qual estão inseridos, sendo capazes de criar soluções inovadoras.

A Educação 5.0, portanto, é voltada ao protagonismo social e estimula a integração cada vez maior entre os seres humanos e a tecnologia.

Mas você sabe o que quer dizer essa nova maneira de relacionar a educação com a sociedade e a tecnologia? É o que vamos explicar a seguir!

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O que é a Educação 5.0

A Educação 5.0 é um processo de inserção das novas tecnologias no trabalho pedagógico das escolas, a fim de promover uma interação saudável e enriquecedora dos recursos tecnológicos com o processo de formação de crianças e adolescentes.

As instituições de ensino que adotam o conceito podem ser classificadas como “escola 5.0”. Entretanto, as competências socioemocionais também surgem como um importante pilar a ser trabalhado em conjunto com as ferramentas digitais.

Assim, a ideia de colaboração ganha uma dimensão mais elevada, indo além do aprendizado colaborativo entre colegas. Ela estende-se à comunidade e à sociedade de uma forma geral.

A diferença entre a Educação 5.0 e a Educação 4.0

Na proposta do 4.0, o papel da tecnologia na educação é promover mais rapidez, precisão e embasamento ao ensino.

A ideia principal é inserir as tecnologias da indústria 4.0 – internet das coisas (IoT), inteligência artificial, machine learning, gamificação, entre outras – ao aprendizado e às instituições de ensino.

A intenção seria aproximar a educação das evoluções tecnológicas que já acompanhavam a sociedade e as empresas, além de criar uma comunicação mais direta com as novas gerações.

Já a Educação 5.0 é uma evolução desse conceito. Ela não extingue o que propõe a 4.0, mas a complementa, propondo uma aprendizagem mais humana, ao sugerir o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

O objetivo não é apenas adquirir habilidades para conseguir se inserir no mercado de trabalho do futuro, mas também ser capaz de fazer coisas realmente relevantes, que ofereçam soluções para melhorar a vida das pessoas e trazer bem-estar social.

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A Sociedade 5.0

Sociedade 5.0 é um termo que se refere a uma nova sociedade, em que o desenvolvimento tecnológico esteja centrado no ser humano e na busca por soluções realmente valiosas para a vida das pessoas, em todo o mundo.

O conceito foi criado em 2016, no Japão, e apresentado em 2017 na CeBIT, em Hanover, na Alemanha. Nesta nova sociedade, há uma convergência entre o espaço virtual e o espaço físico, com as novas tecnologias cada vez mais integradas à nossa vida.

A ideia é que a sociedade 5.0 utilize as tecnologias criadas pela indústria 4.0 para agir a favor das pessoas, em uma convergência de todas as inovações para dar mais qualidade de vida aos seres humanos.

As competências socioemocionais previstas na BNCC

Capa da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Para desenvolver uma prática educacional cada vez mais em sintonia com a proposta do conceito de Educação 5.0 em sala de aula, o Ministério da Educação (MEC) desenvolveu na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) algumas diretrizes sobre competências socioemocionais.

São 5 ao todo:

  1. Autoconsciência: identificando as emoções, dispondo de uma percepção afiada, reconhecendo os pontos fortes, desenvolvendo autoconfiança e autoeficácia;
  2. Consciência social: sabendo observar as coisas em perspectiva, desenvolvendo empatia, apreciando diversidade e respeitando os outros;
  3. Autogestão: controlar impulsos, sabendo lidar com estresse, tendo disciplina, automotivação, buscando objetivos, construindo habilidades organizacionais;
  4. Habilidades de relacionamento: sabendo se comunicar, encontrando engajamento social, construindo relações e sabendo trabalhar em grupo;
  5. Tomada de decisão responsável: identificando problemas, analisando e avaliando situações, bem como solucionando problemas, refletindo e tendo responsabilidade ética.

Estas 5 competências socioemocionais são, na verdade, um recorte das 10 competências gerais estabelecidas pelo BNCC que norteiam o trabalho de escolas e professores na educação básica, o que indica que elas devem ser desenvolvidas em conjunto na sala de aula.

 

Como aplicar a educação 5.0 nas escolas

A Educação 5.0 pode ser aplicada a todos os tipos de instituições, públicas ou privadas, do ensino básico à pós-graduação. Além disso, não só o ensino à distância vai se beneficiar, mas também (e principalmente) as instituições presenciais.

É interessante entender que a aplicação da educação 5.0 vai muito além do EAD. É preciso que as instituições realizem investimento em tecnologias educacionais e na capacitação de professores, treinando os educadores para esta nova perspectiva.

Se antes o foco era desenvolver nos estudantes habilidades técnicas, agora é preciso se concentrar nas soft skills (habilidades socioemocionais).

Apresentamos a seguir algumas dicas para desenvolver essas competências em sala de aula. Elas são uma adaptação das orientações do grupo Somos Educação.

Dicas para desenvolver habilidades socioemocionais na escola

  1. Promover projetos interdisciplinares: conexões entre disciplinas ajuda estudantes a desenvolverem uma consciência da aprendizagem, relacionando saberes a partir das habilidades de metacognição e pensamento crítico.
  2. Estimular trabalhos em equipe: as produções coletivas de conhecimento promovem o relacionamento interpessoal, estimulando alteridade, empatia e escuta ativa, além de cooperação e resolução de conflitos.
  3. Incentivar a ampliação de repertório cultural dos estudantes: considere o uso de músicas, artes e atividades físicas. São experiências que permitem vivências democráticas e inclusivas, estimulando o reconhecimento, a valorização e o respeito pela diversidade.
  4. Fomente espaços moderados de fala e trocas de experiências: essas vivências podem acontecer através de jogos, rodas de conversa e de experimentação. A comunicação assertiva, a aceitação, a percepção do próximo e a afinidade estão entre as competências e habilidades necessárias para essas condições.
  5. Implemente a cultura maker nas atividades pedagógicas: práticas que permitem aos estudantes aprenderem com a mão na massa asseguram aprendizados mais práticos e intensos, além de estimular habilidades como a criatividade, a curiosidade, o esforço e a experimentação.
  6. Considere atividades relacionadas a integração da comunidade às práticas escolares: a partir de questões sociais e/ou ambientais identificadas no entorno escolar, os discentes desenvolvem sentimentos de comunidade e colaboração. Com consciência social, os estudantes podem atuar de maneira propositiva na elaboração de ações éticas e cidadãs.
  7. Aproprie-se da literatura: obras literárias trazem vivências próximas da realidade, atuando como ferramenta para o estímulo de autoanálises. Além disso, comportamentos e conflitos de personagens podem servir para reflexões sobre questões como preconceito e bullying.
  8. Utilizar a tecnologia como recurso para o desenvolvimento de habilidades como resolução de problemas e pensamento crítico: a utilização criativa de ferramentas tecnológicas e inovadoras estimula a interatividade e a autonomia de pensamento.
  9. Estimular o desenvolvimento de projetos bilíngues: a prática de outros idiomas favorece o protagonismo social, com a identificação do lugar de si e do outro em um mundo plurilíngue e multicultural.

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Pedagogia Afetiva

Outra questão importante quanto ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais por parte do educador é a implementação de uma pedagogia afetiva.

A abordagem sugere que, para assegurar uma formação integral dos estudantes, as competências socioemocionais precisam ser trabalhadas em conjunto com as cognitivas.

Assim, uma maneira de implementar o socioemocional como um princípio didático é adotar uma proposta pedagógica que integre a afetividade ao currículo.

A Pedagogia Afetiva é construída com base em intenso estudo sobre métodos educacionais clássicos e contemporâneos com foco na preparação social, emocional e cognitiva dos estudantes.

É uma proposta educacional inovadora, que sugere o autoconhecimento, a autonomia e o exercício da responsabilidade e da convivência ao longo do processo de aprendizagem.

Com a Pedagogia Afetiva, o desenvolvimento cognitivo acontece por meio das interações afetivas, tornando a aprendizagem mais agradável e significativa.

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Conclusão

Uma das maneiras de atualizar seu conhecimento como docente quanto a práticas inovadoras de educação é investindo em educação continuada.

Você pode fazer cursos rápidos e especializações, seja na modalidade presencial ou online. Existem cursos de pós-graduação em educação voltados à relação entre ensino e tecnologia, além de abordarem o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e metodologias ativas.

O importante é continuar estudando – sempre!

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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