O que é a curva de aprendizagem e como ela pode auxiliar no planejamento pedagógico

Postado em 6 de dez de 2023
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Com relação ao aprendizado, cada indivíduo possui características únicas que influenciam na forma e no tempo que leva para um conteúdo ser absorvido.

Pode ser um conceito matemático, uma nova habilidade ou uma nova função no trabalho.

A partir dessa ideia é que foi criada a metodologia da curva de aprendizagem.

Esse modelo permite verificar se o nível de produtividade do estudante está de acordo com o planejado, se ele está aprendendo rápido ou devagar, e quais ajustes precisam ser feitos quando se é identificado algum tipo de obstáculo na aquisição do conhecimento.

A seguir, você entenderá como funciona a curva de aprendizagem, como calculá-la e como utilizar este método para potencializar os resultados das suas turmas.

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A teoria da curva de aprendizagem

A curva de aprendizagem é uma representação gráfica do nível médio cognitivo de aprendizagem para uma determinada atividade ou ferramenta.

Seu conceito foi descrito pela primeira vez pelo alemão Hermann Ebbinghaus, em 1885, ao realizar estudos no campo da psicologia da aprendizagem.

O psicólogo ficou conhecido pelas pesquisas sobre memória e lembrança, e sobre como certos ritmos de aprendizagem podem impactar essas duas funções.

O principal insight fornecido pela teoria é de que a eficiência em cumprir uma tarefa aumenta à medida que o indivíduo pratica aquela atividade. De forma oposta, o esforço para cumprir aquela tarefa diminui conforme ela é executada ao longo do tempo.

Além disso, o aumento na retenção de informações é mais agudo após as tentativas iniciais, e então gradualmente se equilibra, o que significa que cada vez menos informação nova é retida após cada repetição.

Dessa forma, a curva de aprendizagem se tornou um modelo matemático que ajuda a prever a evolução do desempenho da força de trabalho e dos colaboradores.

Na aplicação prática, o conceito de curva de aprendizado foi empregado pela primeira vez em 1936, por Theodore Wright, professor e engenheiro aeronáutico, como resultado de sua observação do processo de redução nos custos de montagem dos aviões durante a Primeira Guerra Mundial.

Ao longo dos anos, a ferramenta também passou a ser utilizada nas instituições de ensino, ajudando a monitorar o progresso do aprendizado dos estudantes.

É importante reforçar que a curva de aprendizagem tanto avalia o nível de aprendizado do indivíduo, que se refere ao processo de aprender (duração deste processo), tanto quanto à ação de adquirir conhecimentos (até mesmo práticos) para exercer uma certa atividade profissional.

Retrato de Hermann Ebbinghaus, primeiro a conceituar a curva de aprendizagem. Domínio público/Wikimedia Commons.Retrato de Hermann Ebbinghaus, primeiro a conceituar a curva de aprendizagem. Domínio público/Wikimedia Commons.

Como é calculada a curva de aprendizagem

A fórmula desenvolvida para calcular a curva de aprendizagem pode ser usada como uma ferramenta de previsão para desempenho futuro.

A curva de aprendizagem tem como resultado uma representação gráfica a partir de uma equação matemática que calcula o tempo que a pessoa precisa para adquirir um nível maior de conhecimento em determinado assunto ou tarefa.

Para isso, utiliza-se a fórmula representada por:

Y= C1.Xb

Onde:

  • y é o tempo médio ao longo da duração medida;
  • a representa o tempo para completar a tarefa pela primeira vez;
  • X representa a quantidade total de tentativas concluídas;
  • b representa a inclinação da função.

O resultado é uma curva que aponta o estágio de evolução atual do estudante ou colaborador.

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Como interpretar a representação gráfica

Representação gráfica da curva de aprendizagem. Vinícius Machado Vogt/Wikimedia Commons CC 3.0.Vinícius Machado Vogt/Wikimedia Commons - CC 3.0.

A curva de aprendizagem costuma ser usada para descrever o tempo e o esforço necessários para aprender algo desafiador. A aplicação pode ser ampla e generalizada, como, por exemplo, analisar a curva de aprendizado envolvida na aprendizagem da leitura.

Nesses cenários, uma representação gráfica usando matemática não está sendo aplicada para explicar a progressão do aprendizado, mas para avaliar a progressão da aprendizagem ao longo do tempo.

A curva de aprendizagem também pode ter uma aplicação quantitativa, quando modelos matemáticos são criados para representar a taxa de proficiência ou domínio de uma tarefa.

Este modelo de curva de aprendizado só é aplicável quando usado para medir a taxa real de progresso para completar uma tarefa específica em relação ao tempo. Nesse caso, a tarefa precisa ser repetível, mensurável e consistir em apenas uma variável dentro de um procedimento, pois não há como medir um processo inteiro sozinho.

A aprendizagem é um processo orientado para objetivos, no qual os estudantes fazem escolhas conscientes e trabalham em direção às metas do que querem aprender.

Neste sentido, uma curva de aprendizagem serve para mostrar a correlação entre o desempenho de um discente em uma tarefa, por exemplo, e o número de tentativas ou tempo necessário para conclui-la. Isso pode ser representado em um gráfico, como uma proporção direta, assim como em uma fórmula matemática.

Portanto, o controle do estudante e o monitoramento destes indicadores apoiam o alinhamento entre ações dos educandos, esforço, precisão e objetivos de aprendizagem. E a precisão dos dados tem um papel importante de sinalização para que a turma tome consciência da necessidade de ajustar o seu esforço.

 

Como levar a teoria da curva de aprendizagem para a sala de aula

Esta forma de ciclo de estudos apoia uma aprendizagem eficiente sem perder tempo com ações que não contribuam para o progresso educacional, além de ajudar o discente a regular o esforço necessário para se envolver com sucesso nas ações selecionadas.

No ciclo de monitoramento, os estudantes avaliam se suas ações e esforços produzem precisão suficiente para fazer progresso com relação aos objetivos.

Com base na curva de aprendizagem, podemos extrair insights relevantes para o trabalho do educador, como os estudos de Ebbinghaus sobre memória e fixação, que reforçam a importância da revisão e da repetição.

Uma vez que o esforço é maior durante o início da aprendizagem, os professores podem acelerar o crescimento da curva por meio da repetição de conteúdo em intervalos regulares.

Segundo o psicólogo, essa fórmula facilita a lembrança de informações pela memória. Caso o conteúdo seja apresentado de uma só vez, a fixação não ocorre tão bem – o que pode atrapalhar o andamento do processo.

Além disso, outro fator que influencia a assimilação de conteúdos é o momento em que eles são apresentados. Todas as informações apresentadas por primeiro ou mais recentemente são mais facilmente guardadas pela memória – e assim podem facilitar o crescimento da curva.

Mas o modelo da curva de aprendizagem não traz insights apenas para novos métodos de ensino. A fórmula também traz implicações para os estudantes.

A primeira delas é mostrar que o aprendizado é um processo gradual e contínuo, de idas e vindas. Identificar essa característica é essencial para que eles não se sintam desmotivados ou desanimados por acreditarem que não estão aprendendo.

A segunda é a possibilidade de professores, pais e os próprios estudantes de acompanharem o desenvolvimento da aprendizagem – e, assim, identificar as estratégias que possam acelerar ou auxiliar o aprendizado.

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Curva de aprendizagem como um indicador global em educação

De acordo com o educador britânico Michael Barber, a curva de aprendizagem também pode contribuir em escala global para construir uma base de evidência em educação, por meio da combinação de uma série de diferentes rankings internacionais.

Nessa pesquisa, são combinados dados sobre educação, com resultados de aprendizagem e os indicadores sociais, como emprego e criminalidade, relacionando-os à produtividade do país.

Barber, que é especialista global na implementação de mudanças no sistema em grande escala, sistemas educacionais e reforma educacional, é um dos profissionais que trabalham no estudo The Learning Curve, que avalia o nível educacional em 40 países, realizado pela The Economist Intelligence Unit e Pearson Internacional.

O Brasil atualmente figura na 39ª posição.

Conclusão

As novas tecnologias e um mundo em transformação impõem novos desafios aos educadores. A educação do futuro considera a transformação digital, a demanda por novas habilidades e a mudança de valores na construção dos cenários uma realidade a ser enfrentada.

É a partir da inovação que a educação irá contribuir para o desenvolvimento de cidadãos e profissionais. Apostar em práticas educacionais inovadoras é a estratégia certa para transformar o ambiente de aprendizagem em sala de aula.

Inovar depende de conhecimento. Por isso, aposte em cursos rápidos e especializações para aprender novas metodologias, se manter atualizado e trocar experiências com outros educadores.

Existem cursos de pós-graduação em educação que abordam a inovação no setor entre as disciplinas. Cabe a você escolher qual tem a ementa mais alinhada aos seus objetivos.

É possível se especializar com aulas presenciais ou EAD, em cursos 100% online e reconhecidos pelo MEC.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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