Aprenda a usar a avaliação por rubricas com as suas turmas

Postado em 20 de out de 2023
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Foi-se o tempo em que uma caneta BIC verde e outra vermelha eram boas ferramentas para corrigir trabalhos.

Hoje existem outros métodos de avaliação mais eficazes e que possibilitam aos professores inovarem nas atividades realizadas em sala de aula.

Um deles é a avaliação por rubricas, que você vai conhecer logo mais. Confira:

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O que é uma rubrica de avaliação

Uma rubrica é uma ferramenta avaliativa que tem como função definir e explicitar as expectativas de aprendizagem em relação a uma determinada tarefa, por meio de uma tabela a que todos os estudantes têm acesso.

Ela serve para dar objetividade a critérios de avaliação, que sempre devem ser explicados para a turma antes do início da atividade. Não é possível reutilizar a mesma rubrica para tarefas diferentes, pois ela é construída de acordo com os objetivos de aprendizagem e etapas de cada atividade.

Uma rubrica é um método complementar às diferentes formas de avaliação usadas em escolas, como as tradicionais provas escritas e as listas de exercícios.

Essa definição é das professoras e pesquisadoras da Portland State University Dannelle Stevens e Antonia Levi, que são referências internacionais nesse método de avaliação. Em 2005 elas publicaram o livro “Introduction to Rubrics”, um guia para educadores que querem saber mais sobre a ferramenta.

Geralmente, as rubricas de avaliação descrevem as expectativas de aprendizagem de uma atividade a partir de 3 a 5 níveis de performance. Esses níveis não são binários, ou seja, não determinam o que é certo ou errado. É preciso incluir etapas intermediárias, em que devem ser descritas as ações esperadas, como uma espécie de escala.

A atividade deve ser dividida em dimensões ou critérios avaliativos, que contemplem as habilidades necessárias para realizá-la. Por isso, a avaliação por rubricas é indicada para trabalhos mais complexos, como seminários, projetos, debates, redações e entregas multimídia.

IMPORTANTE: a avaliação por rubricas só será eficaz se você tiver clareza sobre os objetivos de aprendizagem e as habilidades que devem ser desenvolvidas com a atividade proposta. Antes de criar sua rubrica, capriche no plano de aula.

A principal vantagem da avaliação por rubricas é a agilidade de feedback. O estudante entende rapidamente por que recebeu determinada nota, o que poderia ter feito para melhorá-la e quais são suas dificuldades em relação ao conteúdo.

Outra vantagem é a agilidade de correção dos trabalhos. Montar uma rubrica para cada atividade proposta em sala leva tempo, sim. Mas o esforço é compensado na hora de fechar as notas, pois cada dimensão e nível de desempenho já foi previamente associado a uma pontuação ou peso.

🔵Leia também: A importância da avaliação diagnóstica no pós-pandemia

Tipos de rubrica

Existem dois tipos de rubricas de avaliação, classificadas de acordo com a quantidade de critérios e níveis de desempenho.

Rubricas holísticas

A atividade é avaliada como um todo. O desempenho do estudante é descrito em uma frase, que contempla diferentes atributos.

Confira um exemplo:

  • “A redação demonstra o bom uso da norma culta da Língua Portuguesa, aprofunda as informações apresentadas em sala de aula, é objetiva e bem organizada”.

Reparou que ela abrange dimensões como respeito à norma culta, profundidade de pesquisa e estrutura do conteúdo de um texto?

Rubricas analíticas

As rubricas analíticas servem para avaliar essas dimensões separadamente, descrevendo cada item de acordo com o nível de desempenho.

Também é possível atribuir pesos para cada critério e incluir uma coluna com o desempenho geral.

🔵Leia também: 6 passos para criar o seu plano de aula com gamificação

Os 4 itens da avaliação por rubricas

Cada rubrica é única, construída a partir dos objetivos de aprendizagem da atividade pedagógica. Mas ela deve conter 4 componentes, pelo menos:

  1. Descrição detalhada da tarefa: os estudantes devem saber o que se espera deles e o que devem fazer para atingir os resultados esperados;
  2. Dimensões da tarefa: os aspectos que serão avaliados;
  3. Escala de desempenho: deve trazer os diferentes níveis de desempenho, inclusive intermediários;
  4. Descrição dos níveis de desempenho: breve explicação sobre o que a turma precisa fazer para atingir cada um dos níveis.
 

Características que suas rubricas de avaliação devem ter

Pensando em colocar o método de avaliação por rubricas em prática?

Tenha em mente as seguintes características quando for montar sua rubrica:

  • Facilidade: a rubrica deve facilitar a avaliação de problemas complexos;
  • Objetividade: a avaliação deve ser feita de forma objetiva. Quando houver critérios mais subjetivos como “criatividade”, o professor deve descrever o que considera um trabalho criativo e quais suas características;
  • Granularidade: o processo de avaliação deve ser dividido. As partes pequenas devem ser bem definidas para ajudar a determinar o nível de compreensão do estudante;
  • Gradativa: a rubrica deve conter uma explicação gradual do desempenho que se espera do estudante em relação a uma tarefa individual ou em grupo;
  • Transparência: toda a turma deve saber quais são os critérios de avaliação, para terem maior controle sobre o aprendizado;
  • Herança: toda rubrica deve contemplar as características do método avaliativo principal determinado pela escola ou pelos docentes;
  • Associativa: a rubrica deve estar alinhada ao tipo de avaliação, como a diagnóstica, a formativa, a somativa e a comparativa;
  • Reutilização: a rubrica pode ser reutilizada, desde que seja revisada e atualizada antes do início do novo ciclo de avaliação;
  • Padronização: a rubrica deve padronizar a avaliação de cada estudante, para assim os ajudar a desenvolver habilidades mais complexas;
  • Clarificação: a rubrica deve ser usada como um meio de comunicação com a turma para explicitar as expectativas de aprendizagem.

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Como fazer a avaliação por rubricas

O primeiro passo é ter o seu plano de aula pronto, ou seja, já ter definido o conteúdo, a metodologia, os recursos e os objetivos de aprendizagem. Lembre-se de que a avaliação é o último ponto a ser definido, pois deve ser coerente com a atividade que você vai propor para a turma.

Plano de aula fechado? É o momento de definir os critérios avaliativos e os níveis de desempenho:

Critérios avaliativos

A partir dos objetivos de aprendizagem planejados, defina o que você pretende avaliar durante a atividade. Podem ser medidos por pesos e pontuações.

Veja abaixo um modelo de planejamento dos critérios avaliativos das rubricas:

DIMENSÕES DESCRIÇÃO DE UM DESEMPENHO EXEMPLAR COMENTÁRIOS PONTUAÇÃO
Conhecimento/Compreensão

20%
O estudante demonstra um conhecimento profundo sobre o conteúdo ao usar informações relevantes para defender o seu ponto de vista. Pesquisou outros assuntos além do que foi visto em sala.    
Pensamento crítico

30%
O estudante defende uma tese que está alinhada com as necessidades socioeconômicas da comunidade, além de apresentar domínio de conceitos.    
Comunicação

20%
O estudante soube expressar com clareza e objetividade suas ideias e respondeu as dúvidas dos colegas.    
Uso de recursos multimídia

20%
O estudante usou recursos multimídia ao longdo da apresentação para exemplificar seu ponto de vista e ajudar os seus colegas a entenderem o assunto.    
Habilidades de apresentação

10%
O estudante fala com clareza, articulando bem as palavras e com uma voz alta o suficiente para ser ouvida pela turma. Mantém contato visual e usa gestos para engajar a plateia    

Níveis de desempenho

O número de níveis pode variar, de acordo com a complexidade da tarefa. O mais importante é que estejam previstos níveis intermediários.

Você pode usar escalas como:

  • Atendeu aos objetivos: descrever o que o estudante deve fazer para atingir a maior pontuação em relação a um determinado critério. Qual será a evidência de aprendizagem?
  • Atendeu parcialmente aos objetivos: descrever o que o estudante fez e deixou de fazer para atingir um nível intermediário da escala.
  • Não atendeu aos objetivos: descrever o que o estudante fez (ou deixou de fazer) para não atender ao critério avaliativo.

Confira um exemplo abaixo:

DIMENSÕES Atendeu aos objetivos Atendeu parcialmente aos objetivos Não atendeu aos objetivos
Conhecimento/Compreensão

20%
O estudante demonstra um conhecimento profundo sobre o conteúdo ao usar informações relevantes para defender o seu ponto de vista. Pesquisou outros assuntos além do que foi visto em sala. O estudante demonstra conhecimento sobre o conteúdo ao usar informações relevantes para defender o seu ponto de vista. O estudante não demonstra conhecimento sobre o conteúdo e não defendeu o seu ponto de vista.
Pensamento crítico

30%
O estudante defende uma tese que está alinhada com as necessidades socioeconômicas da comunidade, além de apresentar domínio de conceitos. O estudante defende uma tese que está alinhada com as necessidades socioeconômicas da comunidade. O estudante  não defender uma tese que esteja alinhada com as necessidades socioeconômicas da comunidade.
Comunicação

20%
O estudante soube expressar com clareza e objetividade suas ideias e respondeu as dúvidas dos colegas. O estudante soube expressar com objetividade suas ideias e respondeu a maioria das dúvidas dos colegas. O estudante não expressou com clareza suas ideias e não respondeu as dúvidas dos colegas.
Uso de recursos multimídia

20%
O estudante usou recursos multimídia ao longo da apresentação para exemplificar seu ponto de vista e ajudar os seus colegas a entenderem o assunto. O estudante usou recursos multimídia pontualmente para exemplificar seu ponto de vista e ajudar os seus colegas a entenderem o assunto. O estudante não usou recursos multimídia ao longo da apresentação.
Habilidades de apresentação

10%
O estudante fala com clareza, articulando bem as palavras e com uma voz alta o suficiente para ser ouvida pela turma. Mantém contato visual e usa gestos para engajar a plateia O estudante fala com clareza, articulando bem as palavras e com uma voz alta o suficiente para ser ouvida pela turma. O estudante não articula as palavras com clareza e a turma teve dificuldade para ouvir a apresentação.

Modelos de rubricas de avaliação para se inspirar

Existem ferramentas online pagas e gratuitas para você fazer suas rubricas:

O Microsoft Teams, o Moodle e o Google Classroom também contam com ferramentas para criação de rubricas, caso sejam usados para as aulas online na escola em que você trabalha.

Você pode criar suas rubricas no Microsoft Word e no LibreOffice, como propuseram as pesquisadoras Dannelle Stevens e Antonia Levi. Elas disponibilizaram modelos nesses formatos, em inglês.

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Por Redação Blog do EAD

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