A importância do acolhimento na Educação Infantil

Postado em 26 de out de 2023
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Sabemos que a escola é um momento intenso para os pequenos na educação infantil, seja nos anos iniciais ou na volta às aulas. Afinal, é uma mudança de rotina, um tempo de descobertas e novas experiências fora da zona de conforto que é a casa e a companhia dos responsáveis. 

Se você é professor, sabe do desafio que pode ser e como é preciso um preparo para lidar com as adversidades do momento, além de pensar em formas de melhorar isso. 

O acolhimento possui uma importância ímpar nessa hora, promovendo uma fase muito mais tranquila para as crianças e também para os educadores, tornando o dia a dia mais satisfatório para todos. 

Entenda nesse artigo os principais pontos a respeito do acolhimento na educação infantil e como manejar esse período de maneira eficaz. 

O que você vai ver a seguir: 

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O que significa acolhimento para educadores

Conforme Fabíola da Costa Farias em seu artigo “Pode entrar a casa é sua! O acolhimento na educação infantil e a relação família-escola”, divulgado no Congresso Nacional de Educação de 2015:

O acolhimento na educação infantil é um dos pilares para a construção de uma relação de parceria entre família e escola, além de constituir-se como elemento fundamental na rotina do trabalho pedagógico em diferentes espaços e tempos na educação infantil.

Sendo assim, o acolhimento é um momento para assegurar aos envolvidos que eles terão afeto e cuidado e que eles têm a segurança esperada para atingir objetivos satisfatórios de aprendizagem e convivência.

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A diferença entre acolhimento e adaptação

Por mais que seja preciso acolhimento na adaptação, as palavras possuem diferenças entre si. 

A adaptação diz respeito ao momento em que criança e família começam ou retomam a ida à escola. É o momento em que o pequeno se depara com um ambiente novo, com expectativas sobre o comportamento dos adultos, das outras crianças e até mesmo sobre a forma de se relacionar com os objetos e brinquedos. 

Ele também constrói referências a partir de suas vivências e experiências, independentemente se for um bebê ou uma criança maior. 

A adaptação é um processo individual, pois cada criança possui um tempo específico para sentir confiança e segurança na escola, de ver as semelhanças e diferenças desse lugar com a sua casa e aprender as regras dispostas. 

A chamada “ansiedade de separação” é comum e natural, e também é uma fase particular. Há meninos e meninas que sofrem mais com esse momento e outros que passam por ele de maneira mais distraída e tranquila. 

É em tudo isso que entra o acolhimento. Ele pode fazer uma enorme diferença nessa fase da Educação Infantil e em como a pessoa vai lembrar da sua entrada na vida escolar. 

O acolhimento, então, se difere da adaptação porque faz parte dela. Ele diz muito mais respeito ao papel do educador e da escola com criança e família. 

Trata-se de como o estudante será tratado, fazendo-o se sentir amado e protegido, enquanto a adaptação é um processo construído entre os pares educativos (pais, crianças, professores e escola) para se ajustar no local e rotina novos.

acolhimento-educacao-infantilYan Krukov/Pexels

Como deve ser feito o acolhimento na Educação Infantil

Como a pesquisadora e educadora Fabíola da Costa Farias escreveu no artigo que citamos acima, “acolher as famílias em sua diversidade e acolher as crianças em suas singularidades são atitudes fundamentais para a efetivação do trabalho da escola”. 

Cada criança possui um comportamento. É difícil padronizar esse processo. Sendo assim, o acolhimento deve ter um olhar mais específico para cada estudante. 

Há os que possuem rituais para comer, dormir e executar atividades, e todo esse comportamento deve ser compreendido e levado em consideração, adaptando a criança à nova rotina e respeitando seu tempo e seus limites. 

Afinal, como já dissemos aqui, a introdução na Educação Infantil pode ser assustadora, visto que tudo é novo, incluindo para a família, que também precisa se integrar na nova fase. 

Não se deve rotular o estudante por suas características rotineiras, mas, sim, acolher essas manifestações e entender as reações possíveis. 

Um exemplo clássico são crianças que possuem dificuldade em se despedir dos pais: não forçar a separação e dar uns minutinhos a mais pode ser uma forma efetiva de acolhimento. 

Outro exemplo é conversar com os pequenos, acolher seus sentimentos, explicar o motivo de eles estarem ali, o quão benéfico aquela experiência vai ser e quantas coisas legais farão durante o dia. Esse diálogo é de extrema importância e faz diferença. 

No que diz respeito ao projeto pedagógico para a Educação Infantil, é preciso que ele atue para garantir uma boa segurança emocional às crianças. 

As escolas podem se apoiar na orientação das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que afirma que as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras. Estes dois pilares são o foco que a escola precisa para cumprir seu dever de assegurar aos estudantes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, se expressar e se conhecer.

A partir dos eixos estruturantes, é possível organizar atividades que ajudem a proporcionar o sentimento de acolhida e sejam aliadas no processo de adaptação ao ambiente escolar. 

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A família no processo de acolhimento

É muito importante a participação da família nesse momento de adaptação e, também, de acolhimento. 

A escola precisa estar preparada para dar suporte aos pais e responsáveis que também passam por esse período, assegurando que será algo tranquilo e que podem confiar plenamente na estrutura pedagógica ali presente. 

Uma dica de ouro é começar o acolhimento já no início do ano letivo, promovendo reuniões nesse começo, mostrando a proposta da escola, estipulando as principais regras, explicando as atividades que os pequenos farão nos processos de adaptação e acolhimento e o papel de escola e família em tudo isso. As reuniões devem acontecer mais vezes durante o ano, tornando um compromisso de importância e transparência. 

Uma boa comunicação entre responsáveis e escola coopera e muito na parte de acolhimento às famílias, construindo uma relação de confiança e clareza, assegurando de que será uma experiência acolhedora aos seus pequenos. Esse tipo de atitude ajuda a gerar menos estresse entre todas as partes envolvidas. 

Quando falamos de retomada à escola após o ensino remoto, o papel da família se torna ainda mais importante, visto que as crianças conviviam ainda mais com os responsáveis durante o período de aulas online. Como citamos anteriormente, é preciso analisar caso a caso para manejar melhor cada situação.

 

4 atividades de acolhimento na Educação Infantil para fazer em sala

Seguindo os eixos estruturantes da BNCC para a Educação Infantil, sugerimos quatro atividades que promovem o acolhimento e podem ser muito divertidas de serem feitas no ambiente escolar. Confira!

1. Convívio social

A primeira proposta estimula o convívio entre as crianças da turma. Para muitos estudantes, o espaço de troca e convívio com os colegas, principalmente fora do círculo familiar, pode ser uma novidade. 

Considerando que muitas passaram grande tempo dentro de casa devido a pandemia, seja em ensino remoto ou não, suas habilidades sociais não estão tão bem desenvolvidas. Por isso a importância de estimular o convívio saudável entre a turma. 

Divida os estudantes em pares ou pequenos grupos. Dê a tarefa de contarem uns para os outros o que mais chamou a atenção num tema específico. Você pode passar um desenho educativo curto, por exemplo, ou levar as crianças para conhecer toda a escola (veja a atividade 2) e pedir para que dividam as percepções sobre o que mais gostaram. 

Outra sugestão é pedir para que desenhem sobre isso e compartilhem com os colegas numa espécie de mural na sala de aula. 

O objetivo da atividade é incentivar o convívio social e dar espaço para que cada estudante se sinta protagonista e importante naquele espaço. Caso haja algum conflito, medie a situação de maneira calma e acolhedora. Essa atitude fará com que a criança deposite mais confiança no educador.

2. Explore o ambiente escolar

Para começar o acolhimento, é interessante apresentar às crianças o local que irão frequentar dali em diante. Fazer uma espécie de “tour guiado” pela escola é uma atividade lúdica que fará os estudantes se sentirem acolhidos e seguros de estarem ali. 

Essa experiência estimula a familiarização com o espaço e um fortalecimento ou criação de vínculo com o ambiente escolar. Após essa circulação, é possível fazer uma conversa com os pequenos pedindo para que eles contem ou desenhem o que mais gostaram no passeio, após interagir com o espaço e os objetos ali dispostos. 

3. Máscaras enfeitadas

mascaras-divertidas-acolhimento-educacao-infantilCréditos: Izzy Park/Unsplash.

Apesar de, aos poucos, estarem perdendo a obrigatoriedade nos lugares, as máscaras ainda são eficazes dispositivos de proteção na pandemia e várias instituições de ensino exigem seu uso durante a permanência escolar. 

Sabemos que muitas crianças não gostam de usá-las e, num local que exige seu uso, é importante saber manejar a situação de maneira lúdica. 

A atividade aqui proposta é personalizar essa máscara com enfeites de bichinhos ou personagens, por exemplo, visto que nessa fase as crianças criam identificação com figuras. Assim elas vão se sentir mais seguras e confortáveis usando o acessório. 

4. Contação de histórias

Uma atividade que sempre rende ótimos frutos, a contação de histórias também é uma sugestão. É possível reunir as crianças em uma roda, promovendo conceitos de organização no espaço, e contar uma história – esta que pode ser escolhida em conjunto pela turma, deixando a atividade ainda mais interativa. 

A contação de histórias estimula a atenção e o envolvimento das crianças no que está sendo contado, além de que, no final, pode-se abrir uma roda de conversa para que cada um compartilhe uma opinião sobre o que acabou de ouvir ou, até mesmo, fazer uma atividade que se relacione com o tema da historinha.

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Conclusão

São várias nuances a serem analisadas no processo pedagógico de adaptação e acolhimento, não é mesmo? 

A principal delas é aprender a lidar com as inseguranças dos estudantes, ter escuta ativa e diálogo constante com os pequenos, mostrando o mundo novo que estão se inserindo. 

Para isso, é importante que o educador se atualize e esteja cada vez mais preparado para formar futuros cidadãos do século 21, além de se especializar em assuntos que vão aprimorar o seu conhecimento.

Isso é possível com cursos rápidos e especializações, que têm uma ementa alinhada às demandas atuais da sociedade. Cursos de pós-graduação em Educação Infantil oferecem disciplinas ainda mais específicas, que podem ser realizadas na modalidade EAD.

O importante é fortalecer vínculos com os estudantes e continuar a aprender sempre.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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